O mundo do Silicone

O mundo do Silicone

Silicones são compostos quimicamente inertes, inodoros, insípidos e incolores, resistentes à decomposição pelo calor, água ou agentes oxidantes. Podem ser sintetizados em grande variedade de formas com inúmeras aplicações práticas, por exemplo, como agentes de polimento, vedação e proteção. São também impermeabilizantes, lubrificantes e na medicina são empregados como material básico de próteses. Atualmente estima-se que os silicones são utilizados em mais de 5.000 produtos.

Os silicones são altamente resistentes ao ultravioleta e intemperismos, tais como efeito ozono, altas ou baixas temperaturas ambientes (em geral de -45 a +145°C). Tecnicamente chamados de siloxanos polimerizados ou polissiloxanos, eles são polímeros mistos de material orgânico e inorgânico. Podem variar de consistência líquida a de gel, borracha ou plástico duro. As características físico-químicas dos silicones são especialmente determinadas pelo fato da grande mobilidade da sua cadeia, uma vez que o impedimento espacial é pequeno neste grupo de produtos.

A Sílica (dióxido de silicone) é nada mais, nada menos do que um dos componentes principais da areia e materiais similares naturais, são o material inicial para a produção do silicone. É também a principal matéria-prima para o vidro.

É um dos óxidos mais abundantes na crosta terrestre.

Em Medicina, o silicone faz parte de materiais utilizados em muitas Especialidades – Oftalmologia, Ortopedia, Cirurgia Plástica e Estética, Otorrinolaringologia, etc.

O silicone faz parte da composição de materiais elétricos, vestuário, revestimentos, etc.

Há silicone por todo o lado, faz parte da nossa vida. Por isso, pelas suas qualidades específicas e únicas este material também foi escolhido em Medicina.

Em Cirurgia Plástica e Estética, o seu uso mais conhecido é em próteses de mama. São muito antigas as primeiras descrições de material menos puro usado para encher mamas com resultados maus ou desastrosos. Podemos dizer que é a partir de 1963 que aparece o silicone já com outro preparo e tratamento para este fim. Decorridos 50 anos o silicone nas próteses de mama passou por cinco gerações até chegar ao estado atual do gel coesivo de silicone, a última geração.

Mas em Cirurgia Estética o silicone não é só usado para aumentar mamas. Pode ser usado da cabeça aos pés, imagine.

Os tipos, modelos, consistência, forma, tamanhos variam de acordo com a aplicação.

As motivações são variadas, e as perturbações causadas por uma parte da pessoa que não está bem, muitas vezes fazem estragos difíceis de reparar. Estas cirurgias recorrendo ao uso do silicone pretendem melhorar a qualidade de vida das pessoas, melhorando a sua autoestima, confiança e segurança.

As causas dessas alterações são na maioria genéticas, mas podem ter outras como acidentes, etc.

Há doenças e malformações genéticas que podem ser solucionadas recorrendo a próteses específicas e apropriadas. É exemplo o “peito escavado”, atrofia ou ausência de músculos (peitoral, deltoide, gémeos, etc.).

Para melhorar e definir o contorno do rosto podem-se colocar próteses de silicone nas “maçãs do rosto”, no queixo, no nariz.

No corpo são mais as suas indicações e algumas se calhar nem imaginava que se podiam fazer. As mamas são, sem dúvida, as mais aplicadas, sendo a cirurgia estética mais praticada e procurada atualmente.

Nádegas, pernas, parte interna das coxas, parte externa das coxas, tanto em homens como em mulheres. Mais específico para homens são as próteses peitorais, dos bicípites, tricípites e deltoides. Estas para os “fanáticos” do ginásio e que mesmo com muita malhação não conseguem os volumes e contornos desejados. Hoje em dia também há mulheres que procuram estes tipos de ajudas, as adeptas de culturismo ou outras atividades físicas semelhantes.

Artigo original aqui

Dr. Ângelo Rebelo

Escrito por Dr. Ângelo Rebelo

Licenciado em Medicina em Julho de 1980 na Faculdade de Medicina de Lisboa, com a classificação final de 15 (quinze) valores.
Internato da Especialidade de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética entre 1984 e 1990 nos Hospitais de Santa Maria e Hospital de São José, em Lisboa.